Setembro verde: campanha do HSL busca sensibilizar o diálogo para a doação de órgãos

O setembro verde é um mês dedicado a conscientização da importância da doação de órgãos. Entre janeiro e maio de 2021, 138 pessoas foram transplantadas no Rio Grande do Sul, de acordo com a Secretária de Saúde do RS. Porém, neste mesmo período, 3.315 pacientes estavam na lista de espera. Para sensibilizar as pessoas a respeito deste importante tema, o hospital retoma neste mês a campanha #meulegadosalva. Lançada em 2019, neste ano tem como vídeo conceito a simplicidade de algumas ações do cotidiano, que, para quem espera um órgão, podem ser muito difíceis. Por isso, o vídeo traz um retrato destas ações e provoca a necessidade do diálogo para a exposição da vontade, principalmente a familiares, de ser um doador de órgãos. O vídeo foi desenvolvido pela equipe de comunicação e marketing do HSL e está disponível neste link.

Luciana Caccavo Miguel, coordenadora da Organização de Procura de Órgãos (OPO) 2, lembra a necessidade e a sensibilidade do tema em uma sociedade com tantas pessoas a espera de um transplante. “A doação é um ato de solidariedade, um ato nobre de amor ao próximo e a esperança de um recomeço para as pessoas que necessitam da doação.”
 
Naturalidade no tema e vidas salvas em qualquer lugar do Brasil

A única forma de você se tornar doador, atualmente, é falar sobre essa vontade para a sua família. Desta forma, os familiares irão honrar o pedido em caso de falecimento. Falar sobre o assunto, no entanto, é um desafio. De acordo com Daiana Kochhann, enfermeira OPO, o tema é delicado e exige naturalidade. “Para falar de doação de órgãos, nós precisamos passar por um caminho de dor que é falar sobre a morte, e é natural essa relação. Mas, na verdade, quando falamos de doação de órgãos, falamos sobre vida, sobre dar esperança ao outro.”

Daiana complementa que os empecilhos da doação são mínimos e qualquer pessoa que tenha sido determinada a morte encefálica (completa e irreversível parada de todas as funções do cérebro), pode ser doadora de órgãos. A doação, segundo ela, pode salvar pessoas em todo o país. “Quando você doa um órgão, não necessariamente ficarão no mesmo local que você doou. Nós temos uma lista única dividida por regiões e, conforme existem necessidade, nós doamos ou recebemos. Então, quando você doa no Sul, pode salvar a vida de alguém no Norte”.   

Por Paula Neiman