A Psiquiatria é a especialidade médica dedicada ao diagnóstico e tratamentos dos transtornos mentais, como depressão, transtorno do pânico, esquizofrenia e transtorno bipolar. Nos dias atuais, temos assistido uma diminuição do estigma relacionada às doenças mentais, o que possibilitou uma aumento de consciência sobre os problemas decorrentes destas patologias e a possibilidade de minimizá-los com diagnósticos e tratamentos adequados. Sabe-se hoje que as doenças psiquiátricas são uma das principais causas da chamada "carga de doença" (burden ) dentre todas as doenças médicas no mundo, responsáveis por grande incapacidade e perda de anos de vida1,2. No Brasil, a prevalência de depressão em 12 meses é de 4,1 a 8%3–5, e a prevalência de transtornos ansiosos no Brasil é de cerca de 9%5. Hoje sabe-se que a maioria dos transtornos psiquiátricos graves inicia cedo, antes dos 14 anos6, sendo que a sua não identificação e atraso no tratamento são as principais causas de cronificação e gravidade dos casos no futuro7. Mesmo em países desenvolvidos, até 86% das pessoas terão algum transtorno psiquiátrico até os 45 anos8. Assim, os transtornos psiquiátricos hoje são reconhecidos como uma importante fonte de sofrimento, incapacidade, morbidade e mortalidade em todas as faixas etárias e em todas as regiões do mundo.
O Serviço de Psiquiatria (SERPSI) do Hospital São Lucas da PUCRS foi fundado em 1975, sendo integrado por um amplo corpo clínico com diversas expertises de formação. Atuando em diversos setores dentro do HSL, os psiquiatras do SERPSI destacam-se por uma consistente formação em psiquiatria clínica aliada a uma visão de cuidado integrado, que incorpora conceitos de diversas escolas de saberes, como a psicofarmacologia e a psicanálise. O Serviço conta ainda com colegas com formação em Psiquiatria da Infância e Adolescência, Psiquiatria Geriátrica e diversas áreas da psiquiatria do adulto. O SERPSI é referência em interconsulta psiquiátrica no hospital geral, sendo um dos primeiros serviços do país a oferecer consultoria especializada para as demais especialidades médicas. Também conta com uma unidade de internação psiquiátrica, inaugurada em 1983, sendo a única enfermaria psiquiátrica privativa em hospital geral em Porto Alegre.
O SERPSI conta com uma estrutura diferenciada para atender às variadas demandas de pacientes com transtornos psiquiátricos. Somos um dos poucos serviços hospitalares do Rio Grande do Sul que conta com uma Unidade de Internação Psiquiátrica (UIP) para pacientes privados. Atualmente a UIP dispõe de 12 leitos semi-privativos, atendendo pacientes adultos de ambos os sexos, contando com uma equipe multidisciplinar dedicada e a retaguarda de toda a estrutura e corpo clínico do HSL/PUCRS. O Serviço também conta com um serviço de atendimento ambulatorial semi-privativo, com 4 salas de atendimento e mais de 400 atendimentos mensais. O SERPSI oferece ainda equipes especializadas em interconsulta psiquiátrica para os diversos setores do HSL, incluindo a consultoria psiquiátrica de urgência, equipe que atende demandas das emergências do HSL 24 horas por dia.
AMBULATÓRIO DE PSIQUIATRIA INTERVENCIONISTA
O Ambulatório de Psiquiatria Intervencionista é destinado para cuidado e tratamento de pacientes que já realizaram diversos tipos de intervenções terapêuticas e não obtiveram êxito no seu tratamento individual. Nesse ambulatório, realizamos avaliações para tratamento com Escetamina intranasal, medicação aprovada pela Anvisa para quadros de Depressão Resistente ao Tratamento.
O que é Depressão?
A depressão é um transtorno mental que engloba sintomas como, humor deprimido, perda de interesse, cansaço, alterações no padrão do sono, redução ou aumento de apetite, dificuldade de concentração, sentimento de culpa e, por vezes, pensamentos de morte 1 . No Brasil, 17% da população irá desenvolver algum episódio depressivo ao longo da vida, com maior prevalência em mulheres e indivíduos idosos.
O que é Depressão Resistente?
A depressão resistente ocorre quando o paciente possui uma resposta ineficaz ao uso de diversos antidepressivos em dose e tempo adequado. Segundo o estudo STAR*D - Alternativas de Tratamento Sequenciado para Aliviar a Depressão, a prevalência de pacientes que não responderam a pelo menos dois antidepressivos foi de aproximadamente 30%. Muitos desses não respondedores se deve a má adesão ao tratamento ou uso de doses inadequadas das medicações 3 . Alguns fatores independentes estão associados ao maior risco de desenvolvimento de depressão resistente ao tratamento como, início do quadro antes dos 18 anos, episódios recorrentes, internações prévias, ausência de resposta no primeiro tratamento com antidepressivo, fobia social, quadros comórbidos como transtorno do pânico e transtorno de personalidade.
Como funciona o Ambulatório de Depressão Resistente?
As avaliações iniciais são realizadas por meio de triagem online ou presencial. Nesse momento, será efetuada uma entrevista direcionada para verificar se o paciente possui critérios para depressão resistente ao tratamento através de alguns questionamentos e escalas que mensuram sintomas. Nos casos em que o paciente não possui psiquiatra assistente, o mesmo será encaminhado para nosso ambulatório de psiquiatria geral, a fim de iniciar acompanhamento. Se o paciente estiver em tratamento e seu médico assistente o encaminhou para o Ambulatório de Psiquiatria Intervencionista para verificar outras opções de tratamento, após a triagem, o paciente será direcionado para seguirmos a avaliação em uma consulta presencial.
Tem como não realizar a triagem?
Não. As consultas de triagem tem o papel de acolher o paciente e definir através de um fluxo interno qual o melhor encaminhamento para seu tratamento de forma individualizada. 5. Quais podem ser minhas opções de tratamento? Conforme triagem, o paciente pode ser encaminhado para nosso Ambulatório de Psiquiatria Geral, a fim de iniciar acompanhamento psiquiátrico ou para avaliação presencial no Ambulatório de Psiquiatria Intervencionista que avalia o uso de Escetamina Intranasal.
O que é Escetamina intranasal e quando é indicada?
A escetamina intranasal é um antidepressivo indicado para quadros de Transtorno Depressivo Maior em adultos que não tenham respondido de forma satisfatória ao tratamento com pelo menos dois antidepressivos diferentes com dose e duração adequada ou se Transtorno Depressivo Maior com comportamento suicida ou ideação suicida aguda. É importante ressaltar, que o uso da Escetamina intranasal não dispensa a necessidade de internação, caso essa seja justificada 4 . A medicação atua como um antagonista não seletivo, não competitivo do receptor N-metil-D-aspartato (NMDA) 4 . É aplicada por via intranasal sob supervisão de profissional da saúde que monitora possíveis efeitos colaterais como, aumento transitório de pressão arterial, náusea, tontura, entre outros. Cada dispositivo libera 2 jatos, sendo 1 jato para cada narina, a quantidade total de dispositivos utilizados em cada sessão é entre 2 ou 3, totalizando doses de 56 a 84 mg de escetamina.
Se eu fizer Escetamina intranasal não vou mais precisar usar medicações via oral?
O tratamento com Escetamina intranasal não substitui o uso de medicação via oral, pelo contrário, deve ser utilizado em conjunto com o tratamento prévio. 8. A Escetamina intranasal é uma medicação fornecida pela rede pública de saúde? Até o momento, a rede pública de saúde não fornece essa medicação.
O que preciso levar na consulta presencial?
Os encaminhamentos necessários serão orientados e esclarecidos durante a triagem.
Como faço para agendar uma consulta no Ambulatório de Psiquiatria Intervencionista?
Para agendamento de consulta você pode entrar em contato através do número (51) 3320-3865.
Referências:
Spanemberg, L., Pacheco, M. A., Andrade, A. S. de & Lima, K. A. de. Manual de internação psiquiátrica. (Editora Manole, 2021).
Silva, M. T., Galvao, T. F., Martins, S. S. & Pereira, M. G. Prevalence of depression morbidity among Brazilian adults: a systematic review and meta-analysis. Braz. J. Psychiatry 36, 262–270 (2014).
Appolinario, J. C. et al. Depressão resistente ao tratamento. vol. 3 (Artmed, 2017).
Janssen-Cilag Farmacêutica Ltda. Spravato Bula. Spravato Bula https://www.janssen.com/brasil/sites/www_janssen_com_brazil/files/prod_files/live/sprava to_pub_vps.pdf (2022)
Marco Antônio Pacheco
Nome Função Ano Lattes
Arthur Rorig de Azevedo Cursista 1º http://lattes.cnpq.br/1224456493606550
Guilherme Noschang Vieira Bacchi Cursista 1º http://lattes.cnpq.br/0835507468254696
Larissa Belon Albuquerque Cursista 1º http://lattes.cnpq.br/0401509753507569
Marina Mosele Guidi Residente 1º http://lattes.cnpq.br/2584226301705302
Mateus Vizentini Mendes Cursista 1º http://lattes.cnpq.br/7625478033000441
João Pedro Zanon Residente 2º http://lattes.cnpq.br/7713531120817002
Laura Krüger Pelissari Cursista 2º http://lattes.cnpq.br/2778679324590184
Laura Vargas Fleith Residente 2º http://lattes.cnpq.br/4638283535410307
Pedro Marques da Rosa Cursista 2º http://lattes.cnpq.br/7779707104618200
Alícia Souza de Andrade Cursista 3º http://lattes.cnpq.br/1390404521756243
Beatriz Freitas de Carvalho Residente 3º http://lattes.cnpq.br/5719910027077892
Bruna Camargo Safraider Cursista 3º http://lattes.cnpq.br/4051619511024676
Gabriel Mazina Smaniotto Residente 3º http://lattes.cnpq.br/3466063677822002
Kyuana Azeredo de Lima Cursista 3º http://lattes.cnpq.br/3344138443257285
Marcella Frazzon Fruet Cursista 3º http://lattes.cnpq.br/0426496130508044
Robert Andres Velasquez Loperena Cursista 3º http://lattes.cnpq.br/7760166972697274
A maneira mais adequada de avaliar se você precisa de um tratamento é através da avaliação de um profissional, o médico psiquiatra. Uma consulta com um psiquiatra pode tanto avaliar a necessidade de tratamento quanto esclarecer sobre quais fatores podem influenciar e proteger sua saúde mental. Se você se sente muito desanimado, com alterações de humor que incomodam, muito desesperançoso, com crises de ansiedade, problemas de sono, muito impaciente ou muito preocupado, procure um psiquiatra.
Atualmente o melhor entendimento sobre os transtornos psiquiátricos indica que são patologias crônicas, isto é, com tendência a se manifestarem em vários momentos ao longo da vida. Na maioria dos casos existe controle e até remissão (ficar livre de sintomas) com o diagnóstico e tratamento dequado. Não usamos a palavra cura, pois não estamos diante de doenças com etiologias e fatores causais simples, mas condições complexas e multideterminadas.
Os chamados psicofármacos (como os antidepressivos, os antipsicóticos, os estabilizadores de humor e os ansiolíticos) são medicamentos comumente utilizados para o tratamento dos transtornos psiquiátricos. Contudo, existem outros tratamentos e intervenções não farmacológicas que são eficazes e até preferíveis para o tratamento dos transtornos mentais, dependendo de cada caso. A eletroconvulsoterapia, a psicoeducação e diversas formas de psicoterapia são exemplos de intervenções não farmacológicas utilizadas com frequência no tratamento dos transtornos psiquiátricos.
Os transtornos psiquiátricos são condições complexas, com múltiplas etiologias, que interagem de maneiras variadas, criando graus diferentes de ulnerabilidade em cada indivíduo. Existem fatores genéticos, químicos, orgânicos, ambientais, culturais e situacionais, todos capazes de aumentar u diminuir a vulnerabilidade para um transtorno mental. A exposição aos chamados fatores de risco (como traumas na infância, uso de drogas e álcool e estresse aumentado) e aos fatores de proteção (dieta adequada, atividades físicas e estilos de vida saudáveis) são algumas das condições que nfluenciam no aparecimento de um transtorno mental.
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Eu estou bem feliz aqui. As enfermeiras, os médicos, os profissionais da limpeza, da hotelaria, os nutricionistas cuidam muito bem de mim. Um dia, conversando com a nutricionista Thais Scherer, eu notei o quão importante é o trabalho das pessoas que fazem o meu alimento. Depois disso, eu resolvi conhecer os cozinheiros e fazer uma carta em forma de agradecimento por todo o carinho que eles tiveram comigo.
Fui muito bem acolhido pela equipe de neurocirurgia. Vim para o hospital por que estava com um tumor na hipófise, o que comprometia a minha visão. Já na UTI eu estava com a visão recuperada, com a minha saúde e a minha vida. Então, meu muito obrigado a todos, incluindo a equipe de enfermagem, de técnicos, enfim, a todos que se envolveram comigo. Eles me acolheram de um forma tão grande que eu também me envolvi.
Depois de uma longa internação, pedi à equipe para pegar um ar livre e ver o sol. Com o pessoal da fisioterapia e com os Doutorzinhos ganhei um passeio na rua e foi muito legal, bem revigorante. A gente se divertiu muito.
Eu fui a vários lugares e minha dor continuava sempre. E eu, que não conseguia nem colocar o pé no chão, no dia seguinte à cirurgia já estava caminhando. Agradeço muito pela dedicação em minha cirurgia pulmonar.
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