Saiba como evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue
Painel de monitoramento atualizado pelo Ministério da Saúde já registra 230.191 casos prováveis da doença em 2025
12 de Fevereiro de 2025O Brasil enfrenta um período de calor intenso nas últimas semanas, o que, combinado com a previsão de chuva no Rio Grande do Sul nos próximos dias, cria um ambiente propício para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. A situação exige atenção redobrada da população para evitar a propagação da doença e proteger a saúde de todos.
De acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses - atualizado pelo Ministério da Saúde -, em 2025 o país já registra 230.191 casos prováveis da doença e 67 mortes confirmadas, além de 278 óbitos em investigação. Apesar do número elevado, o cenário da dengue no Brasil neste ano apresenta queda no número de notificações em todas as regiões geográficas nas primeiras semanas do ano, quando comparado ao mesmo período de 2024, embora alguns estados apresentem aumento, como São Paulo que lidera as estatísticas de casos e mortes.
O infectologista e diretor técnico do Hospital São Lucas da PUCRS, Dr. Fabiano Ramos, explica que a melhor forma de combater a dengue é evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti. “Para isso, é fundamental eliminar focos de água parada, usar repelente e telas de proteção, e procurar um médico em caso de suspeita da doença. A dengue é um problema de saúde pública e exige a colaboração de todos”, destaca.
Sintomas da dengue
A dengue pode se manifestar de diversas formas, desde casos assintomáticos até quadros graves. Os sintomas mais comuns incluem:
Febre alta (acima de 38°C)
Dor de cabeça intensa
Dor atrás dos olhos
Dores musculares e nas articulações
Manchas vermelhas na pele
Náuseas e vômitos
Em casos mais graves, a dengue pode causar hemorragias, dor abdominal intensa, dificuldade para respirar e até mesmo levar à morte. É fundamental procurar um médico caso apresente qualquer um desses sintomas.
Diagnóstico da dengue
O diagnóstico é feito através de exames laboratoriais que detectam a presença do vírus ou de anticorpos no sangue. A detecção precoce da doença é crucial para um tratamento adequado e para evitar complicações.
Formas de combater a doença
A prevenção é a melhor forma de combater a doença. Adote as seguintes medidas em sua casa e comunidade:
Elimine focos de água parada: verifique vasos de plantas, pneus, calhas, caixas d'água e outros recipientes que possam acumular água.
Troque a água dos vasos de plantas regularmente e adicione areia para evitar a proliferação do mosquito.
Mantenha caixas d'água e reservatórios sempre fechados.
Use repelente, principalmente em áreas de maior incidência de mosquitos e em horários de maior atividade do Aedes aegypti (amanhecer e entardecer).
Utilize telas de proteção em portas e janelas.
Participe de ações de conscientização e combate à dengue em sua comunidade.
Importância do diagnóstico precoce
O diagnóstico precoce da dengue é fundamental para um tratamento eficaz e para evitar o agravamento da doença. Ao apresentar os primeiros sintomas, procure um médico para que ele possa solicitar os exames necessários e indicar o tratamento adequado.
“A dengue é um problema de saúde pública que exige a colaboração de todos. Ao adotar medidas preventivas em sua casa e comunidade, você contribui para a redução da proliferação do mosquito Aedes aegypti e para a proteção da saúde de todos”, reforça Dr. Fabiano.
Evite a automedicação
“Em caso de suspeita de dengue, não se automedique. A automedicação pode mascarar os sintomas da doença e dificultar o diagnóstico e tratamento adequados. Procure um médico para obter orientações e tratamento corretos”, pontua Dr. Fabiano.
Pesquisa e assistência para promover vidas e desenvolver vacinas
Em parceria com o Instituto Butantan, o HSL PUCRS participa, desde 2016, do desenvolvimento uma vacina tetravalente contra dengue - capaz de proteger contra os quatro tipos da doença provocada pelo transmissor Aedes aegypti. O imunizante – testado no São Lucas -, é de dose única e de vírus atenuado, ou seja, enfraquecido. A previsão é de que a vacina seja liberada para população via Sistema Único de Saúde (SUS) ainda em 2025.
Dr. Fabiano ressalta que esse é um resultado buscado há muitas décadas. “Há mais de cinquenta anos, pesquisadores tentam desenvolver um imunizante eficaz contra a doença. Através da pesquisa clínica, o Hospital São Lucas tem desempenhado um papel crucial no desenvolvimento e na testagem de novas vacinas, como a da Dengue e a da Covid-19 (Coronavac). Essa atuação coloca a instituição na linha de frente da inovação em saúde, contribuindo para o avanço da ciência e para a melhoria da qualidade de vida da população”, complementa Ramos.