Deep Brain Stimulation: especialistas explicam neurocirurgia utilizada no tratamento da doença de Parkinson
A estimulação cerebral profunda, ou Deep Brain Stimulation (DBS), trata-se de uma neurocirurgia que envolve o implante de eletrodos em regiões cerebrais profundas. Estes eletrodos estão conectados a um gerador de pulsos (bateria) localizado abaixo da pele na região do peito, semelhante a como ocorre quando a pessoa tem um marcapasso cardíaco. Essa bateria gera uma pequena corrente elétrica, controlada pelo médico através de um tablet, com a finalidade de modular a eletricidade de neurônios mal funcionantes no cérebro.
Os neurologistas do Hospital São Lucas da PUCRS, Dr. Yuri Felloni, Dra. Sheila Trentin, e Dr. Bruno Fraiman explicam que o DBS é mais conhecido no contexto de tratamento de Doença de Parkinson moderada a avançada. Contudo, também pode ser utilizado para controle de sintomas de várias outras doenças, como tremores, tiques e distonias. “A distonia é um movimento de torção de partes do corpo ou do corpo inteiro, mas também pode se apresentar apenas como um tremor, sem a postura anormal. Ela é gerada por contrações musculares involuntárias, as quais podem ocorrer como consequência de alguma lesão cerebral, intoxicação ou doenças que podem, até mesmo, ser herdadas. Contudo, a maior parte das distonias não tem causa conhecida”, ressaltam.
O tratamento de escolha é feito com toxina botulínica, mas algumas medicações orais também podem ajudar, especialmente nos casos generalizados. Nas situações em que nem a toxina botulínica e nem as medicações orais atingem um controle satisfatório dos sintomas, o DBS é uma importante alternativa terapêutica para alguns tipos de distonia.
Os resultados cirúrgicos dependem de diversos fatores, entre eles os fatores relacionados a outras doenças clínicas, características dos movimentos anormais, duração dos sintomas e a causa da distonia. As distonias com melhor resposta ao DBS podem apresentar 60-90% de melhora em escalas clínicas, além da melhora em dor e incapacidade funcional. Portanto, quando bem indicado, por neurologista especialista em distúrbios do movimento, é um tratamento que pode melhorar significativamente a qualidade de vida do indivíduo acometido.
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O Serviço de Neurologia do HSL oferece atendimento e promove pesquisas nas principais áreas da especialidade, incluindo epilepsias de difícil controle; doenças dos movimentos, como a Doença de Parkinson; problemas de memória, como a Doença de Alzheimer; cefaleias; alterações dos nervos e músculos; e neuropsicologia. Mais informações sobre consultas e agendamentos podem ser obtidas pelo telefone (51) 3320-3000.