Cuidados paliativos: HSL é a primeira instituição de saúde de Porto Alegre a adotar o programa QELCA
Com o objetivo de qualificar profissionais de diferentes áreas para proporcionar cuidado de alta qualidade aos pacientes no fim da vida e às suas famílias, o Hospital São Lucas da PUCRS é a primeira organização de saúde de Porto Alegre a adotar o programa Quality End of Life Care for All (QELCA, em português Cuidados de Fim de Vida com Qualidade para Todos). Desenvolvido pela instituição de saúde britânica St Christopher’s Hospice, a iniciativa foi implementada no Reino Unido, em colaboração com o Hospice UK e o NHS (sistema nacional de saúde britânico), e atualmente vem se expandindo para outros países, sendo o Brasil um dos locais de abrangência.
Para que as instituições de saúde possam adquirir e oferecer aos seus colaboradores a qualificação, é necessário ser certificado como Facilitador QELCA, uma formação oferecida pelo Instituto Premier, de São Paulo. No HSL, os facilitadores responsáveis pela disseminação do programa QELCA são: o médico e coordenador do Núcleo de Cuidados Paliativos, Lucas de Azambuja Ramos, e a enfermeira da Equipe de Cuidados Paliativos, Márcia Trindade.
Após a capacitação dos Facilitadores QELCA, foram selecionados oito colaboradores de diferentes especialidades do HSL para atuarem como pilotos desse processo de qualificação. A partir disso, os profissionais participaram de uma imersão de cinco encontros, que foram constituídos por atividades teóricas e práticas no Hospital São Lucas e em outros hospitais da região. Com o fim das atividades semanais de formação, Márcia explica que serão realizados encontros mensais para a elaboração de um projeto mediado pelos facilitadores e os colaboradores da primeira turma. “No final, a ideia é apresentar o projeto à instituição e colocar em prática no nosso trabalho. Com base nisso, será entregue um portfólio ao St Christopher’s Hospice para que seja possível conquistar o selo QELCA para poder, anualmente, dar continuidade e oportunidade de novos colaboradores realizarem a capacitação”, ressalta.
Para Ramos, o St Christopher’s Hospice pensa na estratégia de ampliação desse programa a fim de replicar a importância dos cuidados de fim de vida. “É uma temática que nas formações médicas e de enfermagem é escassa, então é importante termos essa formação para oferecermos um cuidado mais humanizado aos pacientes”, pontua. “Eu vejo com bons olhos no sentido de um melhor cuidado assistencial que vai melhorar a experiencia do paciente e nesse caso a experiencia do fim de vida que faz toda diferença na trajetória. Viemos em um bom momento com essa qualificação, pois precisamos dar atenção para essa temática”, completa Márcia.
A médica do Núcleo de Cuidados Paliativos do HSL, Joana Noschng, uma das selecionadas para a primeira turma de imersão, diz que a troca e o objetivo da iniciativa de desenvovler um projeto para tentar levar esses conhecimentos para todo no hospital é importante. "A filosofia do cuidado paliativo é muito significante, pois não é algo estanque, é multidisciplinar e vamos tentar sensibilizar mais pessoas da instituição para ter esse cuidado desde quando o paciente entra no hospital, a fim de oferecer a melhor experiência possível", destaca. "Acho que essa é uma ótima oportunidade, pois lidamos com vários profissionais no dia a dia e aqui conseguimos parar e observar alguns pontos que são importantes para reestruturarmos. A partir desse momento de vivências, poderemos pensar em um projeto para o hospital que tenha atenção ainda mais voltada aos cuidados paliativos", complementa a psicóloga do Núcleo de Cuidados Paliativos do HSL, Monique Meneghetti.